Escândalo Revelado: Ex-Secretário de Saúde de Rosário Condenado por Fraude em "Rachadinha
Data: 15/04/2024 17:50
Atualizado em 02/12/2024 22:57
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Data: 15/04/2024 17:50
- Atualizado em 02/12/2024 22:57
Desse montante, que ultrapassava o teto salarial dos servidores públicos, uma parcela considerável foi repassada a outras pessoas
Um terremoto político abala as estruturas de Rosário com a condenação de Williame Anceles, ex-secretário de Saúde da cidade e atual Gestor Regional de Saúde do governo estadual, por improbidade administrativa devido ao seu envolvimento em um esquema de "rachadinha" de salários em 2021.
A juíza Karine Lopes de Castro Cardoso determinou que Anceles restituísse R$ 50.600,00 aos cofres do Município de Rosário, valor corrigido com juros e atualização monetária. Além disso, seus direitos políticos foram suspensos por cinco anos, e ele foi proibido de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, mesmo por uma empresa da qual seja o principal acionista, pelo mesmo período.
De acordo com a decisão judicial, houve um flagrante prejuízo ao erário com o pagamento de R$ 50.600,00 ao médico Cláudio Nemoel Silva Lima, alegadamente para cobrir plantões e consultas pediátricas realizadas em janeiro de 2021. Contudo, parte desse montante foi utilizada para remunerar indiretamente outros dois profissionais.
A denúncia do Ministério Público revelou que, no referido mês, o médico Cláudio Nemoel recebeu um valor exorbitante de R$ 50,6 mil no primeiro mês de trabalho sob a gestão do ex-secretário de Saúde de Rosário. Desse montante, que ultrapassava o teto salarial dos servidores públicos, uma parcela considerável foi repassada a outras pessoas a pedido da filha de Anceles, que atuava informalmente como secretária dele.
O esquema articulado por Anceles envolveu uma proposta tentadora para Cláudio Nemoel: uma vaga de pediatra no hospital local. No entanto, logo no primeiro mês de trabalho, foram depositados na conta de Nemoel R$ 32,4 mil, dos quais apenas R$ 6 mil seriam pelos atendimentos supostamente realizados, e R$ 2 mil por um plantão naquele mês. A filha de Anceles, agindo como intermediária, solicitou a transferência de R$ 14 mil e R$ 5 mil para duas outras pessoas.
Apesar de negar veementemente ter recebido o dinheiro, o médico Cláudio Nemoel não conseguiu provar suas alegações nem indicar para quem o valor excedente teria sido repassado. O escândalo ganhou proporções na mídia e resultou na paralisação do esquema de "rachadinha" por parte de Nemoel, que também foi demitido do quadro municipal. A sentença proferida pela juíza Karine Lopes de Castro Cardoso marca um capítulo sombrio na história política e administrativa de Rosário.
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